The Complete Jack Johnson Sessions [BOX SET] [ORIGINAL RECORDING REMASTERED]
Audio CD (August 23, 2005)
Original Release Date: September 30, 2003
Number of Discs: 5
Format: Box set.
Label: Sony
ASIN: B00022UJAW
Original Release Date: September 30, 2003
Number of Discs: 5
Format: Box set.
Label: Sony
ASIN: B00022UJAW
O primeiro boxeador negro a conquistar o título mundial dos pesos pesados sofreu na pele o racismo escancarado dos EUA, por volta de 1910.Quando Jack Johnson concluiu esse feito histórico, a América assistiu a diversos conflitos raciais com demonstrações de orgulho negro, assim como a raiva da maioria branca que se autodenominava superior, física e mentalmente falando. De acordo com Randy Roberts, autor de uma biografia a respeito de Johnson, "nunca antes um evento causou tantos tumultos. Até o assassinato de Martin Luther King Jr., nenhum outro evento traria reação similar".A verdade é que Johnson gostava de chocar e era desafiador. Dirigia automóveis rápidos e caros, mantinha relação com mulheres brancas e também com prostitutas, dominava com fluência três idiomas, o inglês, o francês e o espanhol, e, além de tudo isso, tocava baixo. Ou seja, Jack Johnson saía, perigosamente, do caminho que um negro deveria seguir na sociedade americana racista da época.Jeffrey Sammons, autor de Beyond the Ring - The Role of Boxing in American Society, comenta: "(...) A maioria dos brancos o via como uma ameaça à ordem social estabelecida para a civilização anglo-saxã, e eles estavam empenhados na sua destruição como um poderoso ícone negro. Tentativas de tirá-lo de circulação através de novas leis fracassaram em sua maioria, mas o governo dos Estados Unidos estava silenciosamente usandoas leis existentes para criar um caso que o removeria de seu curso e daria um exemplo a todos os negros que saíssem do caminho estabelecido".
E foi em meio a esse rebuliço que Miles Davis criou uma de suas mais memoráveis obras: The Jack Johnson Sessions
The Jack Johnson Sessions, álbum de 1970, dedicado ao primeiro negro a conquistar o título mundial de boxe na categoria pesos pesados, é uma homenagem à base de jazz, com muita influência r&b.Esse álbum surgiu um ano após Bitches Brew, um dos mais revolucionários e também mais vendidos álbuns de jazz de todos os tempos. Na época, Miles Davis estava, principalmente, sob influência da música de Jimi Hendrix, que fazia seu rock com levada soul, ao lado de Buddy Miles (bateria) e Billy Cox (baixo), formando a Band of Gypsys.
Foi então que Davis sentou-se com Jack DeJohnette (baterista) em sua Lamborghini e foram dar uma volta. Durante o percurso colocou no toca-fitas um tape de Buddy Miles, deixou rolando e ficou sem dizer nada, como contou DeJohnette: “Miles tinha a sua maneira de mostrar as coisas sem dizer uma única palavra”. Quando, então, DeJohnette perguntou: “Você quer que eu toque esse groove com a minha técnica, não é isso?” Miles abriu um grande sorriso e disse: “Yeah!”.Como grande apreciador da arte do boxe, Miles costumava treinar com freqüência e acompanhava ao vivo todas as lutas que podia.Era um dos que costumavam relacionar o jazz ao boxe. Uma vez lhe perguntaram se, quando tocava, pensava como um boxeur. Ele respondeu que o boxe é uma forma de arte. Quando Sugar Ray Robinson (famoso boxeador da época) dava um golpe seguido por uma combinação de socos, comprovava que sabia o que vinha depois, para poder se antecipar. Com a banda de Miles acontecia o mesmo. Toda nota que o trompetista tocava era uma preparação para a próxima.O improviso, principal ingrediente do jazz, é o que o gênero tem de mais belo. E a ligação entre o modo de lutar e o de tocar tem suas semelhanças. Isso se expressa nas combinações, nos recuos, no tempo de reação, e principalmente, na improvisação.Assim como os boxeadores, os músicos são treinados para serem rápidos, automáticos, para pensar, ouvir e reagir com destreza, e saber a nota que se encaixa melhor. Os notáveis fazem issode forma instintiva e extremamente sensível. Isso é o que os diferencia.Quando se trata de Miles Davis, tudo se encaixa na última nota tocada, é como jab, jab, jab e depois o golpe principal.
The Jack Johnson Sessions, álbum de 1970, dedicado ao primeiro negro a conquistar o título mundial de boxe na categoria pesos pesados, é uma homenagem à base de jazz, com muita influência r&b.Esse álbum surgiu um ano após Bitches Brew, um dos mais revolucionários e também mais vendidos álbuns de jazz de todos os tempos. Na época, Miles Davis estava, principalmente, sob influência da música de Jimi Hendrix, que fazia seu rock com levada soul, ao lado de Buddy Miles (bateria) e Billy Cox (baixo), formando a Band of Gypsys.
Foi então que Davis sentou-se com Jack DeJohnette (baterista) em sua Lamborghini e foram dar uma volta. Durante o percurso colocou no toca-fitas um tape de Buddy Miles, deixou rolando e ficou sem dizer nada, como contou DeJohnette: “Miles tinha a sua maneira de mostrar as coisas sem dizer uma única palavra”. Quando, então, DeJohnette perguntou: “Você quer que eu toque esse groove com a minha técnica, não é isso?” Miles abriu um grande sorriso e disse: “Yeah!”.Como grande apreciador da arte do boxe, Miles costumava treinar com freqüência e acompanhava ao vivo todas as lutas que podia.Era um dos que costumavam relacionar o jazz ao boxe. Uma vez lhe perguntaram se, quando tocava, pensava como um boxeur. Ele respondeu que o boxe é uma forma de arte. Quando Sugar Ray Robinson (famoso boxeador da época) dava um golpe seguido por uma combinação de socos, comprovava que sabia o que vinha depois, para poder se antecipar. Com a banda de Miles acontecia o mesmo. Toda nota que o trompetista tocava era uma preparação para a próxima.O improviso, principal ingrediente do jazz, é o que o gênero tem de mais belo. E a ligação entre o modo de lutar e o de tocar tem suas semelhanças. Isso se expressa nas combinações, nos recuos, no tempo de reação, e principalmente, na improvisação.Assim como os boxeadores, os músicos são treinados para serem rápidos, automáticos, para pensar, ouvir e reagir com destreza, e saber a nota que se encaixa melhor. Os notáveis fazem issode forma instintiva e extremamente sensível. Isso é o que os diferencia.Quando se trata de Miles Davis, tudo se encaixa na última nota tocada, é como jab, jab, jab e depois o golpe principal.
".............Na primavera de 1970, gravei o disco Jack Johnson, trilha musical do filme sobre a vida desse boxeador. A música se destinava originalmente ao baterista Buddy Miles, mas ele não apareceu pra pegá-la. Quando compus essas músicas, freqüentava o Gleason’s Gym pra treinar com Bobby McQuillen, que agora se chamava Robert Allah (se tornar muçulmano). Seja como for, eu tinha os movimentos desse boxeador em mente, aquele jogo de pés dos boxeadores. São quase passos de dança, ou como o som de um trem. Na verdade, eu me lembrava de uma viagem de trem a cento e vinte quilômetros por hora, a gente ouvindo sempre o mesmo ritmo, com a velocidade das rodas tocando nos trilhos, o plop-plop, plop-plop das rodas passando pelas juntas. Tinha essa imagem de trem na cabeça quando pensava num grande boxeador como Joe Louis ou Jack Johnson. Quando se pensa num grande peso pesado vindo pra cima da gente, é como um trem.A questão seguinte em minha mente era: Bem, a música é suficientemente negra, tem um ritmo negro, pode-se fazer do ritmo de um trem uma coisa negra, Jack Johnson dançaria com isso?
Porque Jack Johnson gostava de festas, de se divertir e de dançar. Uma das músicas, intitulada “Yesternow”, foi batizada por James Finney, meu cabeleireiro – e de Jimi Hendrix também. Seja como for, a música se encaixa perfeitamente no filme. Mas quando saiu, o disco foi enterrado. Nenhuma promoção. Um dos motivos, creio, é que era música dançante. Tinha muita coisa que os roqueiros faziam, e acho que não queriam um músico negro de jazz fazendo aquele tipo de música. Além disso, os críticos não sabiam o que dizer. Por isso a Columbia não o promoveu. Muitos artistas do rock ouviram o disco e não se pronunciaram em público, mas me procuraram pra dizer que tinham adorado. No início de 1970, gravei “Duran”, e achei que tinha faturado um sucesso, mas a Columbia só o lançou bem mais tarde, em 1981. “Duran” recebeu este nome em homenagem a Roberto Duran, o grande campeão panamenho de boxe.No início do verão, eu tinha Chick Corea e Keith Jarrett no piano elétrico em meu conjunto fixo, e o que eles tocavam era realmente do caralho. Estavam juntos no grupo há três ou quatro meses. Keith tinha seu próprio grupo quando tocava comigo, mas isso não interferia, porque mantínhamos nossas agendas separadas pra podermos tocar em ambas. Acho que a idéia dos dois pianos não caiu bem com Chick, embora ele nunca me falasse nada pessoalmente.
Eu sabia o que Keith tocava antes dele se juntar a mim, e também sabia até onde ele podia ir. Antes de vir, ele odiava instrumentos elétricos, mas mudou de idéia em meu conjunto. Além disso, aprendeu a se expandir e a tocar emestilos diferentes. Entrou no estúdio com o conjunto em maio, e depois caímos na estrada.Eu agora tentava tocar a música com quem fora criado, aquela coisa de hospedaria, honky tonky, funky, que as pessoas dançam nas noites de sexta e sábado. Mas aqueles eram músicos acostumados a tocar um estilo de jazz, pros quais aquilo era uma novidade. As coisas demoram, você sabe, não se aprende simplesmente algo novo da noite pro dia. A coisa tem que entrar no corpo, no sangue, pra que possa fazê-la corretamente. Mas eles estavam chegando lá, e por isso não me preocupava.”
Disc 1
1 Willie Nelson (Take 2)(#) (6:42)2 Willie Nelson (Take 3)(#) (10:22)3 Willie Nelson (Insert 1)(#) (6:33)4 Willie Nelson (Insert 2)(#) (5:24)5 Willie Nelson (Remake Take 1)(#) (10:45)6 Willie Nelson (Remake Take 2) (10:18)7 Johnny Bratton (Take 4)(#) (8:18)8 Johnny Bratton (Insert 1)(#) (6:39)9 Johnny Bratton (Insert 2)(#) (5:20)10 Archie Moore (#) (4:44)Download
Disc 2
1 Go Ahead John, Pt. 1 (#) (13:08)2 Go Ahead John, Pt. 2A (#) (7:01)3 Go Ahead John, Pt. 2B (#) (10:06)4 Go Ahead John, Pt. 2C (#) (3:39)5 Go Ahead John, Pt. 1 (Remake)(#) (11:06)6 Duran (Take 4)(#) (5:38)7 Duran (Take 6) (11:21)8 Sugar Ray (#) (6:16)Download
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Disc 3
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Disc 3
1 Right Off (Take 10) (11:10)2 Right Off (Take 10A)(#) (4:34)3 Right Off (Take 11)(#) (5:59)4 Right Off (Take 12)(#) (8:50)5 Yesternow (Take 16)(#) (9:51)6 Yesternow (New Take 4)(#) (16:04)7 Honky Tonk (Take 2)(#) (10:06)8 Honky Tonk (Take 5)(#) (11:29)Download
Disc 4
1 Ali (Take 3)(#) (6:50)2 Ali (Take 4)(#) (10:16)3 Konda (#) (16:32)4 Nem Um Talvez (Take 17)(#) (2:51)5 Nem Um Talvez (Take 19)(#) (2:50)6 Little High People (Take 7)(#) (6:53)7 Little High People (Take 8)(#) (9:29)8 Nem Um Talvez (Take 3)(#) (4:38)9 Nem Um Talvez (Take 4A) (2:05)10 Selim (Take 4b) (2:17)11 Little Church (Take 7)(#) (3:18)12 Little Church (Take 10) (3:15)Download.
Disc 5
Este e um disco que sempre indico para quem nunca tenha ouvido Miles Davis, e uma bela viagem sonora que vai fazer voce entrar no mundo dele.......
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